terça-feira, 13 de março de 2012

Pesquisa avalia os efeitos da luta no corpo do atleta

Pesquisa avalia os efeitos da luta no corpo do atleta

Todo atleta que se preze sabe que um treinamento específico antes da competição é essencial para um bom desempenho. Pensando nisso, nos grandes torneios internacionais que se aproximam, e no crescimento do MMA (Mixed Martial Arts), Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da UFF, coordena um projeto que pretende estabelecer parâmetros fisiológicos para o treinamento de artes marciais.

Funciona assim: a partir de testes físicos, com atletas de 18 a 30 anos, o projeto pretende encontrar um protocolo de avaliação do consumo de oxigênio durante a luta. Para isso, além dos testes já realizados (esteira e histórico pessoal), o atleta simula um combate real, enquanto um aparelho instalado em suas costas avalia o gasto de oxigênio e a produção de gás carbônico.

Inicialmente, dez atletas de tae kwon do participaram e, até o fim do ano, mais 20 desportistas serão recrutados, porém, de outras modalidades, como judô e boxe.

— Não há estudos específicos sobre as lutas para estabelecer parâmetros de avaliação aeróbica — explica o pesquisador. — A intenção é personalizar o treinamento. Por isso o desenvolvimento desse protocolo é tão importante. É a partir dele que podemos destacar o melhor e o pior de um atleta e desenvolver suas aptidões em treinamentos individuais — explica Nóbrega.

O professor esclarece que testes com golpes específicos são muito mais eficientes do que os feitos na esteira.

— O consumo de oxigênio no é muito maior — diz.

A primeira fase do projeto está em fase de avaliação, mas alguns resultados já foram observados pela equipe.

— Por exemplo, há diferenças na velocidade de recuperação do oxigênio entre os rounds. Se a recuperação não é rápida, pode ser que a base de exercícios aeróbicos precise de algumas mudanças — diz o mestrando Gabriel Espinosa, que também acompanha os testes.

As avaliações continuam até o final do ano. Nóbrega, que é médico especialista em medicina do esporte e cardiologia, lembra que a medicina avançou quando começou a embasar suas decisões em experiências científicas.

— É importante ressaltar que nós não queremos substituir o treinador, mas fornecer embasamento científico para que ele possa aprimorar o seu treino. É aplicar a experiência científica à pessoal — explica.

Após a conclusão do projeto, a ideia é apresentá-lo para as entidades competentes de esporte do país, deixando assim um legado científico para os Jogos Olímpicos e o Pan-Americano. Além disso, a fase inicial será apresentada no Congresso Americano de Medicina do Esporte, em maio, na Califórnia.
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FONTE: http://oglobo.globo.com/niteroi/pesquisa-avalia-os-efeitos-da-luta-no-corpo-do-atleta-4271871

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