segunda-feira, 24 de maio de 2010

Curso de Atualização Profissional em Biomecânica da Musculação

Curso de Atualização Profissional em Biomecânica da Musculação

Data: 05 de JUNHO DE 2010

Horário: Das 08hs às 18hs

Local: LL-Eventos - Av. Brigadeiro Luis Antônio, 3.175 - Jd. Paulista - São Paulo - SP

Objetivo: Este curso objetiva a análise das ações musculares e escolha dos exercícios; análise de sobrecargas articulares e sua influência na montagem do treino, e aplicação dos conhecimentos na melhora do treinamento.

Investimento: 25/04/2010 à 30/05/2010: R$ 120,00 à vista ;
No dia do curso: R$ 200,00 à vista (caso ainda haja vaga);
Apostila Didática (CD-Rom) + Certificado + Brinde)

Preços Especiais para alunos UNIBAN, e grupos de 5 ou mais profissionais.
Maiores informações: contato@byfitnessbrasil.com.br

Ficha de Inscrição: Solicitar via e-mail: contato@byfitnessbrasil.com.br

Palestrante:
Prof. Ms. Sandro Barone
Bacharel em Educação Física - EEFEUSP
Mestre em Biomecânica do Movimento - EEFEUSP
Docente em cursos de Graduação (UNIBAN) e Pós-Graduação (UGF, CEAFI, UNIBAN)
Conteúdo Programático

Análise das ações musculares, pautadas em estudos científicos;
Escolha acertada dos exercícios, baseando-se nas ações musculares;
Estruturação e rendimento do treinamento, levando-se em conta os melhores exercícios a serem utilizados;
Análise da sobrecarga articular, em exercícios de musculação;
Prescrição de exercícios na recuperação de lesões articulares.

Acesse nosso site: www.byfitnessbrasil.com.br

quarta-feira, 19 de maio de 2010

3º Corinthians Open de Taekwondo

3º Corinthians Open de Taekwondo

Este campeonato é Seletiva para Formação de Equipe Corinthians de Faixas Pretas.

Data: 30/05/2010 Domingo das 08h as 19h.
Local: Ginasio Sport Club Corinthians Paulista.
Rua: São Jorge, nº 777, Tatuapé (15 minutos do Metrô Carrão) - SP.

Kuk Ki Won (Pesquisa)

The WORLD TAEKWONDO FEDERATION

A Federação Mundial de Taekwondo (W.T.F.) tem seu Quartel General - a Kukkiwon, em Yuksamdong, Kangnamku, Seoul, Korea desde a sua fundação em 28 de maio de 1973. Sua inauguração contou com a participação de representantes de 19 países.

Como uma Federação Internacional reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional a WTF tem mais de 157 países membros divididos em 4 regionais (europeu, panamericano, africano e asiático).

O Taekwondo WTF foi incluído no programa das Olimpíadas de Sydney 2000 na ocasião da Sessão do Comitê Olímpico Internacional realizada em Paris, em setembro de 1994.

De acordo com o artigo 1 das Regras e Regulamentos da WTF, o Taekwondo é considerado o símbolo nacional da Korea. A WTF trabalha para manter a nobreza do Taekwondo e para difundir este esporte pelo mundo de modo correto. Suas competições buscam alcançar três ideais esportivos: "Velocidade, Força e Precisão" . Por outro lado, seguindo a filosofia do Taekwondo, o desenvolvimento técnico e a promoção de testes para Faixas Pretas são realizadas pela Kukkiwon, a meca da meca do Taekwondo no mundo.

A WTF organiza Campeonatos Mundiais masculino, feminino e juvenil a cada dois anos e promove a formação de árbitros internacionais através de seus seminários. Entre os outros grandes jogos mundiais, o Taekwondo aparece como esporte oficial nos Jogos Asiáticos, Campeonatos Universitários Mundiais, Campeonato Mundial Militar e Copa do Mundo.

A WTF é composta por um conselho executivo constituído pelo Presidente, 5 Vices presidentes, Secretário Geral, Tesoureiro, 15 membros e 4 ex-membros de 4 uniões regionais. Controla 11 sub-comitês, incluindo um Comitê Técnico, um de Competição e um de Arbitragem.

O emblema da WTF simboliza os 5 oceanos e 6 continentes, sendo um símbolo protegido e tem seu uso ilegal quando não feito pela própria Kukkiwon. O Quartel General da WTF tem sede permanente em Seoul/Korea conforme estipulado nas Regras e Regulamentos da WTF, e as línguas oficiais são inglês, francês, alemão, espanhol e coreano.

A WTF une todos os seus esforços para difundir o conhecimento técnico para todos os países membros bem como para manter seu status de Esporte Olímpico após os Jogos Olímpicos de Sydney.

Taekwondo foi incluído no Europeu Master 2011 e nos Jogos Mundiais Master 2013

Taekwondo foi incluído no Europeu Master 2011 e nos Jogos Mundiais Master 2013

Taekwondo foi incluído no programa oficial do 2011 European Masters Games e 2013 World Masters Games.

"Estamos felizes em anunciar que o taekwondo foi incluído no programa oficial dos World Masters Games a partir do 2013 e no 2011 European Masters Games", disse o Sr. Jens V. Holm, CEO do International Masters Games Association (IMGA).

O Presidente da WTF, Dr. Chungwon Choue, espera ainda que a inclusão do taekwondo incentive ainda mais a promoção e desenvolvimento do taekwondo, principalmente do Poomsae, cita ainda a inclusão da competição do Poomsae na Universiade 2017 e nos Jogos do Mediterrâneo em 2013.

Na categoria Master dos Jogos Mundiais, os competidores devem ter idade mínima de 41 anos.

domingo, 16 de maio de 2010

Festival Mauaense de Taekwondo

Hoje teve o Festival Mauaense de TKD.
Marina, como sempre, foi o destaque em sua categoria.

Veja algumas fotos abaixo:







sexta-feira, 14 de maio de 2010

Teste seu Q.I

Muito interessante esse joguinho.

http://www.testesdeqi.com.br/jogo/sinestesia/

domingo, 9 de maio de 2010

Regras para Competição Infantil

Autor: Marcus Rezende

Regras para Competição Infantil

Não vejo por que fazer um regulamento cheio de detalhes que em última análise não modifica em nada o cerne da questão. As regras de competição para crianças e pré-adolescentes não podem passar pela violência dos chutes. Isso precisa ser ponto pacífico. É preciso ter coragem para respeitar o que está no Estatuto da Infância e do Adolescente.

Art. 5° - Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.

Art. 17 - O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.

Art. 18 - É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.


Não é preciso ir mais longe no ECA. No respeito aos três artigos acima, de cara, as regras para competições de luta para praticantes até 13 anos, 11 meses e 29 dias, não podem contemplar negligência, violência e crueldade. Uma criança chutando com toda a força em um protetor de tronco ou mesmo as pernas, socando o protetor ou os braços, clavículas é um ato de violência (isso é claro). Deixar que crianças e adolescentes passem por essa situação, além de permitir que técnicos façam com que fiquem sem comer para passar na pesagem, é negligência. Deixar que uma criança com menos técnica que a outra passe por uma derrota acachapante esperando que os minutos passem e a luta termine, pois o técnico não vai jogar a toalha, tampouco o árbitro vai interromper a luta, é crueldade.

Todos sabemos que em todos os campeonatos de crianças de 6 a 13 anos, o exposto acima ocorre. E nada se faz.

Somente preservando o art.15 é que se pode não violar os artigos 17 e 18 do ECA.
Portanto, se a CBTKD não quer desrespeitar a LEI, deve esquecer tudo o que foi feito com praticantes dessas faixas etárias ao longo de todos esses anos de competições de categoria infantil e mirim.

A proposta para as regras de competição já foram feitas em 2002 e aplicadas em 2003 no Open Cidade Maravilhosa daquele ano.

Vou me ater ao que acho mais importante. Detalhes quanto a forma de arbitragem e tamanho da área de competição, pode ser regulamentado com mais calma. É algo que não vai causar nenhum impacto ao que exponho a seguir.

Primeiros pontos.

A competição para praticantes até os 13 anos, 11 meses e 29 dias só poderá contemplar o toque leve e técnico. Toda a movimentação de luta olímpica continua, as técnicas velozes também. O praticante terá que zelar pelo cuidado de não acertar o oponente com força. Isso é o que ele mais faz na academia. O praticante que chutar mais forte receberá uma penalização de um ponto. Muitos podem achar que o praticante com 13 anos já está pronto para a luta mais forte. Se assim fosse, a WTF contemplaria essa categoria de peso. O início do contato forte em competições, somente aos 14 anos.

Não haverá divisão de pesos. Crianças nessa idade não podem nem pensar em perder peso para ficar em alguma categoria. E todos sabemos que isso ocorre. Portanto, a divisão seria por gub e idade. A idéia (que pode até ser modificada, pois acaba não importando muito) grosso modo seria: 8º Gub / 6º a 5º Gub / 4º a 3º Gub / 2º a 1º GUB. Faixas pretas seguiriam o mesmo parâmetro.

Consideração 1: Dificilmente haverá WO. No caso de crianças com idade de 6 a 8, ou mesmo abaixo de 10 anos.

Consideração 2 a competição seria a mesma, mas todos os competidores receberiam medalha de ouro.

Consideração 3: fim das filas intermináveis de crianças para a pesagem.


Buscando evitar o constrangimento de uma derrota acachapante no placar (art. 18 não exposição da criança ao tratamento vexatório e constrangedor), o placar eletrônico seria retirado, não importando se o resultado foi de 1x0 ou 10 x 0. Os oponentes não vão saber. A marcação ficará na mesa de controle, para eventual recurso.

A marcação por dois ou três juizes laterais será feita em papeletas e entregues ao árbitro central. A marcação é a mesma que ele já conhece. No momento da entrega das papeletas é importante se pensar na celeridade dessa movimentação, para que não se perca a velocidade na divulgação do resultado que se tem com o placar eletrônico.

O árbitro central é a figura mais importante para o sucesso da competição. É o grande responsável pela integridade física dos competidores. Ele é o mediador e precisa ter pulso firme para conter qualquer ato de violência.
Uma competição nos moldes sobreditos, seria também um respeito a própria WTF, pois a entidade internacional não se utiliza de categorias de peso para quem tem menos de 14 anos. E a CBTKD trabalha no campo desportivo no mesmo diapasão da Federação Mundial.

Seguindo os parâmetros acima, criar a formatação de detalhes quanto a sorteio, pesagem, tamanho da área de luta, duração do combate e disposições gerais, seria trabalho de segundo momento, para uma comissão que envolvesse a Diretoria Técnica da entidade.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Taekwondo: Tempo de Reação, Flexibilidade e Velocidade Acíclica de Membros Inferiores

Autores do Artigo Cientifico:

Alexandro Andrade
Docente do Programa de Mestrado em Ciências do Movimento Humano;
Chefe do Departamento do Curso de Fisioterapia; Coordenador do Laboratório de Psicologia do Esporte e do Exercício - LAPE - CEFID/UDESC.

Alexandre Pereira Belmonte
Professor de Educação Física, formado pelo Centro de Educação Física, Fisioterapia e Desportos - CEFID/UDESC.

Maick da Silveira Viana
Acadêmico do curso de Educação Física do Centro de Educação Física, Fisioterapia e Desportos - CEFID/UDESC;
Bolsista (CNPQ) do Laboratório de Psicologia do Esporte e do Exercício - LAPE - CEFID/UDESC.


Taekwondo
Tempo de Reação, Flexibilidade e Velocidade Acíclica de Membros Inferiores

Introdução


As raízes históricas do estudo do tempo de reação (TR) podem ser traçadas após um incidente do observatório de Greenwich, ocorrido em 1975, a partir do qual começou a ser afastada a convicção de que o tempo de latência de uma resposta era nulo. Neste incidente, o astrônomo real Maskelyne, ao observar que os tempos registrados por seus assistentes para o momento exato em que uma constelação era vista eram mais lentos do que os seus próprios, demitiu um de seus assistentes por negligência. Após a injustiça surgiram outras discrepâncias entre as observações temporais de outros astrônomos, e percebeu-se que existem diferenças na rapidez de resposta a um sinal (RODRIGUES et al, 1984).

Define-se o TR como sendo o lapso temporal entre o início da apresentação de um estímulo esterno e o início de uma resposta motora (CARVALHO, 1988; COHEN, 2001; MAGILL, 2000).

Para Zakharov (1992), as capacidades de velocidade estão manifestadas na possibilidade de o atleta, no menor tempo possível, executar ações motoras, sendo que um dos componentes principais da capacidade de velocidade é a rapidez, que se manifesta em duas formas principais: rapidez de ação motora e rapidez de movimento.

Zaciorsky apud Carvalho (1981) divide o TR em cinco fases: aparição do estímulo no receptor; transmissão do impulso até o sistema nervoso central; processamento do impulso na rede nervosa e formação de um impulso efetor; entrada do impulso efetor no músculo; e estimulação do músculo originando uma atividade muscular.

Dentro da prática das artes marciais, o trabalho de aprimoramento do TR entre os praticantes é de extrema importância. Torna-se ainda mais acentuado se essa arte marcial tiver uma significante parcela de suas técnicas de competição e de defesa pessoal realizada com movimentos dos segmentos corporais inferiores.

Define-se flexibilidade como a capacidade de realizar os movimentos raticulares com apropriada amplitude de movimento, e esta se refere à elasticidade ou à descontração muscular do corpo ou de articulações específicas, envolvendo as inter-articulações ósseas, musculares, fasciculares, tendinosas, ligamentosas e do tecido adiposo, além de cápsulas ligadas ao bom desenvolvimento das articulações (BARBANTI, 1994; FERNADES, 1981; POLLOCK, 1993). Para Fox (1991), a flexibilidade é classificada em estática, que é a amplitude de um movimento ao redor de uma articulação, e dinâmica, que é a oposição ou resistência de uma articulação ao movimento, sendo este tipo de flexibilidade a mais difícil de medir.

O desenvolvimento da flexibilidade, conforme Fernandes et al. (2002), apresentam os seguintes resultados: facilita o aperfeiçoamento nas técnicas do desporto de treinamento, e a sua falta prejudica a técnica e o treinamento; condiciona para uma melhora na agilidade, velocidade e força; previne contra acidentes desportivos (lesões, contusões e outros); aumenta a capacidade mecânica dos músculos e articulações e permitindo um aproveitamento mais econômico da energia durante o esforço. Mas caso a flexibilidade seja excessiva pode vir a comprometer a estabilidade articular, ocasionando lesões nos atletas

O bom nível de flexibilidade varia de acordo com a necessidade de cada indivíduo, logo, a boa flexibilidade é aquela que permite ao indivíduo realizar os movimentos articulares, dentro da amplitude necessária durante a execução de suas atividades diárias, sem que haja grandes esforços para que ela ocorra (BLANKE, 1997).

A idéia de verificar se o TR dos praticantes de Taekwondo é influenciado pelas capacidades físicas velocidade acíclica e flexibilidade de membros inferiores surgiu observando que os praticantes que reagiam em menor tempo a um ataque em situação de treino de defesa pessoal ou de competição, coincidentemente eram os que possuíam maior flexibilidade e velocidade de membros inferiores. Assim criou-se a hipótese de que existe correlação positiva entre grau de flexibilidade e velocidade acíclica dos membros inferiores com o TR de praticantes de Taekwondo.

Poucas pesquisas são encontradas, relacionando essas variáveis, dentro das artes marciais. Pesquisas como essa devem ser feitas para permitir aos instrutores embasamento científico, melhorando assim a performance dos atletas, além de aperfeiçoar o potencial do atleta.

Desta forma, é propósito deste estudo verificar a correlação entre a flexibilidade e velocidade dos membros inferiores, e o TR em praticantes de Taekwondo.
Método

Esta é uma pesquisa descritiva de campo (RUDIO, 1986), na qual foi verificada a correlação entre o TR, a flexibilidade e a velocidade de membros inferiores em praticantes de Tae Kwon Do.

Os dados foram coletados em um grupo de 15 praticantes de Tae Kwon Do divididos em dois grupos: o primeiro foi composto por 7 praticantes com idade variando de 10 a 16 anos, e o segundo por 8 praticantes com idades variando entre 21 e 42 anos. Essa divisão deve-se ao fato de que com o passar dos anos o homem tende a perder flexibilidade e elasticidade (WERLANG, 1997).

Foram usados como instrumentos: Flexiteste Adaptado; Teste de velocidade Acíclica de Membros Inferiores; e Teste de TR.

Dentro do Flexiteste as medidas são avaliadas de acordo com uma escala de pontuação que vai de 0 a 4, muito pequena, pequena, média, grande e muito grande, respectivamente. O número se dá de acordo com a comparação feita pelo pesquisador entre as figuras do Flexiteste e a flexibilidade apresentada. Com o somatório dos oito movimentos isolados determina-se o índice de flexibilidade, e este será avaliado com o flexíndice adaptado por Ferinatti e Monteiro (1992): menor ou igual a 8 (muito fraca), de 9 a 12 (pequena), 13 a 16 (média -), 17 a 20 (média +), 21 a 29 (grande), e maior ou igual a 25 (muito grande).

Dois avaliadores participaram da coleta dos dados do flexiteste. O teste foi aplicado no local normal de treino dos praticantes, e estes foram orientados a não exercerem atividades físicas extenuantes nas ultimas 3 horas anteriores à aplicação do teste. Os movimentos avaliados foram: flexão e extensão, adução e abdução do quadril; flexão extensão do joelho; flexão dorsal e plantar do tornozelo.

A velocidade acíclica de membros inferiores foi verificada utilizando-se de um instrumento composto de um cronômetro digital de precisão na ordem de milésimos de segundo e de duas almofadas de contato, uma para disparar o cronômetro e outra para travá-lo. O procedimento de aplicação deste teste foi o de executar 5 chutes e utilizar a média do tempo gasto para a realização de cada chute pra calcular a velocidade média acíclica dos membros inferiores. Os participantes foram orientados a não fazer atividades físicas extenuante nas ultimas 3 horas anteriores à aplicação do teste.

O movimento escolhido é básico para os praticantes de Tae Kwon Do, ele é denominado de Ap Tchagui; este movimento é comumente chamado de Chute Frontal.

Para a aplicação desse teste foram necessários dois avaliadores, um para uma operação de cronômetro e outro para medir a distancia do pé do avaliado até a projeção do centro da almofada de contato que trava o cronômetro e para anotar os resultados.

Para avaliar o TR dos praticantes de Tae Kwon Do foi utilizado um software para registrar: TR visual simples (Visualteste); TR auditivo simples (Sonoroteste); TR conjunto (Visual + Sonoroteste); TR incerto (Visual ou auditivo); e TR para a troca de cor da tela. Este programa é de propriedade do Laboratório de Psicologia do Esporte (LAPE), e seu nome é Tempo de Resposta de uma Ação Motora, desenvolvido em linguagens ActionScript, Macromedia Flash, Perl, Html, Javascript. O grau de precisão de sistema possui precisão de milésimo de segundo.

Os participantes receberam informações antecipadas sobre os procedimentos do teste, tendo o direito de escolher a mão com que iriam realizá-lo.

Os resultados foram analisados através de estatística descritiva (médias, desvios padrão apresentados em tabelas) e a correlação através do método de Pearson (THOMAS e NELSON, 2002).

Não foi realizado estudo piloto, tendo em vista que o Flexiteste Adaptado foi publicado por Farinatti e Monteiro (1992); e o instrumento para verificar o TR e o cronômetro utilizado para determinar a velocidade acíclica de membros inferiores foram validados (LAPE e Laboratório de Biomecânica da UDESC, respectivamente).
Resultados

O grupo 1 (n=7), com praticantes de 10 a 16 anos, obteve uma média de tempo de treinamento de 1,8 anos, com aproximadamente 4 horas e 30 minutos semanais de treino. O grupo 2 (n=8), com idades de 21 a 42 anos, obteve uma média de tempo de treinamento de 2,4 anos, tendo aproximadamente 4 horas de treino semanais.

Apresentamos na tabela 1 o TR médio (em milésimos), a velocidade acíclica média (em metros/segundo) e o índice de flexibilidade médio, juntamente com os seus respectivos desvios padrão, para os grupos 1 e 2.

Tabela 1. Tempo de reação médio (TR), velocidade acíclica média (V) e índice de flexibilidade (F), e os respectivos desvios padrão.


O grupo 2 apresentou o menor TR (203,80ms), conforme mostra a tabela 1, também no teste de velocidade acíclica de membros inferiores o grupo 2 apresentou melhores resultados (8,131m/s), representando uma diferença considerável em relação ao grupo 1, que apresentou 7,314m/s em média. Nos testes de flexibilidade o grupo 1 obteve melhor desempenho (22,14) que o grupo 2 (20,63). Nesse teste o grupo 1 teve resultado considerado grande, de 21 a 24, enquanto o grupo e foi considerado médio (+), de 17 a 21.

Tabela 2. Média dos tempos de reação (ms) e respectivos desvios padrão, conforme o estímulo.


Como foi exposto anteriormente, os testes de TR foram realizados com cinco variações, incluindo estímulos auditivos e visuais. Nesse teste os resultados apresentados pelo grupo 2 foram melhores do que o grupo 1, exceto quando o teste foi apenas auditivo.

Verifica-se que quando houve a alteração do estímulo, também houve alterações TR médio. Os menores valores de TR médio ocorreram quando o estímulo apresentado foi simples (estímulo auditivo e estímulo visual específico junto com o auditivo). Ao ser apresentado o estímulo complexo (apresentação aleatória do estímulo visual e do estímulo auditivo) ocorreu um ligeiro aumento nos valores dos tempos de reação.

Para o grupo 1 o teste de TR auditivo e visual auditivo apresentou os melhores resultados (181,0). Já o grupo 2 apresentou seu melhor resultado quando aplicado o teste visual auditivo (169,3).

O grupo 2 apresentou melhor TR para o teste de TR visual simples que o grupo 1(192,50 ± 23,59 e 214,14 ± 25,73 respectivamente), mostrando-se uma diferença considerável. Já os resultados do segundo teste visual, quando ocorre uma mudança na cor da tela do monitor, não apresentou uma diferença considerável entre os dois grupos (grupo 1= 201,0 ± 28,49; grupo 2= 199,00 ± 31,16).

Tabela 3. Coeficiente de correlação entre o tempo de reação médio (TR) x velocidade acíclica media (V), TR médio (TR) x índice de flexibilidade (F) e velocidade acíclica média (V) x índice de flexibilidade (F).

Na tabela 3 pode-se observar que o coeficiente de correlação entre o TR médio e a velocidade acíclica de membros inferiores (média) foi de -0,39 para o grupo 1 e para o grupo 2 de +0,07, para a correlação entre o TR médio e índice de flexibilidade foi de +0,35 e de -0,07 para o grupo 2, e finalmente a correlação entre velocidade acíclica de membros inferiores (média) e índice de flexibilidade foi de -0,23 para o grupo 1 e de -0,33 para o grupo 2.


Discussão dos Dados

Os grupos 1 e 2 apresentaram diferenças significativas em seus TRs, tendo o grupo com maior tempo de prática obtido um menor resultado. Os indivíduos do grupo 2 treinam em média há mais tempo que os avaliados do grupo 1, conseqüentemente estão há mais tempo realizando exercício e vivenciando situações em que o TR é fundamental para a execução de determinada técnica, seja em situação de estímulo simples ou complexo (ZACIORSKY apud CARVALHO, 1988; ZAKHAROV, 1992; KIDA et al., 2005; OISHI ET al., 2005). Conforme a literatura apesar da velocidade de reação de um individua ser predisposta geneticamente, é possível melhorá-la através do treinamento (GROSSER apud CARVALHO, 1988; SCHMIDT, 2001). Segundo Schmidt apud Greco (2001), essa melhora pode chegar à 15%.

Os menores valores de TR ocorreram quando os estímulos foram apresentados de forma simples e única (velocidade de reação simples ou básica), pois a tarefa dos avaliados era apenas identificar o único estímulo conhecido e respondê-lo o mais rápido possível. Todavia, quando os estímulos foram apresentados de forma aleatória (velocidade de reação complexa ou disjuntiva), os valores dos tempos de reação aumentaram, pois nesse momento os avaliados tinham mais de um estímulo para identificar, aumentando o tempo de processamento do impulso nervoso resultante da estimulação do receptor para formação do sinal de resposta (SHIMIDT e WRISBERG, 2001; ZAKHAROV, 1992).

No teste comparativo entre as médias, foi possível notar que o TR auditivo é menor que o TR visual. A literatura justifica isto pelo fato de que o período pré-motor do TR auditivo é menor (mais rápido) do que o período pré-motor do TR visual (MAGILL, 2000).

A velocidade acíclica media dos indivíduos do grupo 1 foi menor que o valor obtido pelos integrantes do grupo 2. Isto ocorreu devido ao fato de que a velocidade ser uma capacidade física considerável (GROSSER apud CARVALHO, 1998), e o seu desempenho é determinado pelos processos de obtenção e transformação de energia. Estes processos são passíveis de melhora através do treinamento. Como os indivíduos do grupo 2 treinam há mais tempo, conseqüentemente eles têm um desempenho melhor de velocidade. Mas isso por si só não explica, pois é sabido que os indivíduos do grupo 2, por terem maior tempo de treinamento, possuem melhor técnica que os indivíduos do grupo 1, possibilitando-os a direcionarem toda a sua atenção na velocidade de execução sem se preocuparem com os detalhes da técnica (ZACIORSKY apud CARVALHO, 1988).

Ao analisarmos a média dos índices de flexibilidade entre os dois grupos, vemos que o grupo 1 possui um índice melhor que o grupo 2.
Este resultado vai ao encontro descrito por Werlang (1997), no qual explica que o fator idade influencia a flexibilidade, diminuindo-a com passar dos anos.
Não houve correlações positivas significativas entre as variáveis velocidades, flexibilidade e TR.

Conclusão

O tempo de prática dos participantes teve correlação o TR, pois o grupo com maior tempo de prática do Tae Kwon Do obteve um menor TR.
Não há correlação positiva significante entre o TR, a velocidade de membros inferiores e a flexibilidade de praticantes de Tae Kwon Do.

Referências Bibliográficas

• ANDRADE, A; JARDIM, L. J. L. Tempo de Resposta de uma Ação Motora (software sem patente). Florianópolis 2003.
• ARCHOR, Abdallan Jr. Efeitos do alongamento na aptidão física de crianças e adolescentes. Revista da Associação dos Professores de Educação Física de Londrina. v. 10, n. 17, pp. 36-45, 1995.
• BARBANTI, V. J. Dicionário da Educação Física e do Esporte. São Paulo: Ed. Manole, 1994.
• BARBETTA, P. A. Estatística Aplicada as Ciências Sociais. Florianópolis: Ed da UFSC, 1994.
• BLANKE, D. Segredos em Medicina Desportiva. Porto Alegre, Artes Médicas, 1997.
• CARVALHO, A. Capacidades motora III: A Velocidade. Revista Treino Desportivo. n. 7, p. 43, 1988.
• COHEN, H. Neurociências para fisioterapeutas. 2ª ed. São Paulo, Manole, 2001.
• FARINATTI, P. de T. e MONTEIRO, W. D. Fisiologia e Avaliação Funcional. Rio de Janeiro: Ed. Sprint, 1992.
• FERNANDES, A.; MARINHO, A; VOIGT, L; LIMA, V. Cinesiologia do alongamento, 2ª ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2002.
• FOX, E. e Outros. Bases Fisiológicas da Educação Física e dos Desportes. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1991.
• GRECO, P.J. Iniciação Esportiva Universal: da aprendizagem motora ao treinamento técnico. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2001
• KIDA, N; ODA, S; MATSUMURA, M. Intensive baseball practice improves the Go/Nogo reaction time, but not the simple reaction time. Brain Res Cogn Brain Res. Fev;22(2):p.p. 257-64, 2005
• MAGILL, R. A. Aprendizagem Motora: Conceitos e Aplicações. 5ª ed. São Paulo: Edgar Blücher, 2000.
• OISHI, K; TOMA, K; BAGARINAO, E. T; MATSUO, K; NAKAI T; CHIHARA, K; FUKUYAMA, K. Activation of the precuneus is related to reduced reaction time in serial reaction time tasks. Neuroscience Research. Mai:52 (1): p.p. 37-45, 2005.
• POLLOCK, M. L. e WILMORE, J. H. Exercícios na Saúde e na Doença: Avaliação e Prescrição para Prevenção e Reabilitação. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora Médica e Científica, 1993.
• RODRIGUES, M. G. O Aquecimento em Treino Desportivo. Revista Treino Desportivo. v. 4, p. 19, 1987.
• RODRIGUES, M. I. K. Construção de Uma Bateria de Testes Para Predizer a Performance de Ginastas em Ginástica Rítmica. Revista Kinesis. v. 2, p. 217, 1987.
• RODRIGUES, S. C. P. e RODRIGUES, I. K. Biomecânica: Analisa das Prováveis Relações Entre O Comprimento Segmentar Inferior, Tempo de Movimento, Tempo de Treinamento, Idade e Faixas no Karatê. Revista Kinesis. v. 1, p. 83, 1985.
• RODRIGUES, S. C. P. e RODRIGUES, M. I. K. Estudos da Correlação Entre Tempo de Reação e Tempo de Movimento no Karatê. Revista Kinesis. n. Especial, p. 107, 1984.
• RUDIO, F. V. Introdução ao Projeto de Pesquisa Científica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1986.
• SCHMIDT, R. A; WRISBERG, C. A. Aprendizagem e performance motora, 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.
• TOMAS, J. R; NELSON, J. K. Métodos de pesquisa em atividade física, 3ª ed. Porto Alegre: Artimed, 2002
• TUBINO, G. Metodologia Científica do Treinamento Desportivo. 3ª ed. São Paulo: Ibrasa, 1984.
• WERLANG, C. Flexibilidade e sua Relação com o Exercício Físico. Exercícios em Situações Especiais I. Florianópolis, Ed. UFSC, 1997.

sábado, 1 de maio de 2010

II Fórum Paulista de Artes Marciais

2º Fórum Paulista de Artes Marciais.
Lutas e Artes Marciais: Dimensões Didáticas e Pedagógicas

Data: 4 de maio de 2010, das 9h às 18h

Local: Auditório Franco Montoro da Assembleia Legislativa

Informações: (11) 3886 6440 / 6071

Inscrições: esportes@ptalesp.org.br

PROGRAMA

OBJETIVO: Promover uma interlocução crítica entre profissionais dos campos da Educação Física, do Esporte e das Artes Marciais, acerca das demandas didáticas e pedagógicas inerentes ao processo ensino-aprendizagem provenientes do contexto das lutas e modalidades esportivas de combate.

JUSTIFICATIVAS: Os programas de lutas, artes marciais e modalidades esportivas de combates crescem exponencialmente na sociedade contemporânea, sobretudo, em esferas sociais como na educação formal, políticas públicas de esporte, lazer e cultura. Assim sendo, se torna indispensável o debate sobre a dimensão didática e pedagógica dessas práticas, tendo em vista as implicações que essas mesmas produzem sobre o desenvolvimento dos cidadãos e cidadãs em geral nos mais diversos períodos do desenvolvimento humano, ou seja, na infância, na adolescência, na fase adulta e na velhice.

PÚBLICO ALVO: Profissionais e estudantes das áreas de Educação Física e do Esporte; técnicos, atletas, dirigentes e mestres das diferentes modalidades e estilos de lutas, artes marciais e modalidades esportivas de combate; parlamentares e assessores da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

PROGRAMAÇÃO:

Abertura (9h30)
Prof Dr Walter Roberto Correia (Escola de Educação Física e Esporte da USP)

Conferência de abertura (10h00)
Artes Marciais e o processo ensino-aprendizagem.

Prof Dr Daniel Carreira Filho
(Reitor da UnicSul - módulo Caraguatatuba)

Palestra (11h00)
Artes Marciais: Repensando a questão da instrução, da docência e da maestria

Mestre Lea Imamura (Moy Yat Ving Tsun Martial Intelligence)

Palestra (12h00)
Artes Marciais na Juventude: Relações entre crescimento, desenvolvimento e desempenho motor

Prof Mestre Arnaldo Mortatti (Docente da Universidade Cruzeiro do Sul e doutorando pela Universidade de Campinas)

Almoço (13h00 - 14h00)

Palestra (14h00)
Organização e planejamento de sessões de treinos em lutas, artes marciais e modalidades esportivas de combate

Prof Dr Emerson Franchini
(Livre Docente da Escola de Educação Física e Esporte da USP)

Palestra (15h00)
Lutas e artes Marciais: monitoramento do estresse ao treinamento

Prof Dr Alexandre Moreira
(Docente do Departamento de Esporte da Escola de educação Física e Esporte da USP)

Palestra (16h00)
Artes Marciais e Inclusão Social: limites e possibilidades

Convidado: Prof Dr Roberto Gimenez (coordenador do curso de Educação Física da Universidade Cidade de São Paulo - Unicid)

Encerramento (17h00)

Material de divulgação e certificados
Colaboração: AL/SP

Participação institucional

Comissão de Esporte da Assembléia legislativa do Estado de São Paulo.
Escola de Educação Física e Esporte da USP.
Grupo de Estudos em Lutas, Artes Marciais e Modalidades Esportivas de Combate
EEFEUSP.

Coordenação.
Walter Roberto Correia.
Walter Silva

Autor do Projeto
Walter Roberto Correia.

Realização:
Comissão de Esporte da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.